Como fazer o financiamento de um carro ou moto zero km sem cair em ciladas?
Uma das opções mais viáveis para facilitar a compra de um carro ou moto zero km é o financiamento. No entanto, antes de fechar negócio, é fundamental que o motorista analise todos os tipos de crédito e encontre a oportunidade mais compatível com sua renda mensal.
Esses cuidados facilitarão o controle das despesas – afinal, o gasto vai muito além da compra do veículo, pois se deve estar atento ao seguro, à manutenção ocasional e outros gargalos, – e impedirão possíveis dores de cabeça, como a inadimplência e o endividamento.
Existem diversos tipos de financiamento, inclusive aqueles oferecidos pelas próprias montadoras, que oferecem juros mais baixos e condições vantajosas para a compra do automóvel zero km, como o Hyundai HB20 2023, um dos hatchs mais requisitados inclusive nas concessionárias.
Outras opções incluem o consórcio, o leasing e o Crédito Direto ao Consumidor (CDC). Para aqueles que precisam de um carro com urgência, o CDC é o mais requisitado.
Nele, o motorista dá um valor de entrada, correspondente a uma parcela do valor do veículo e paga o restante em múltiplas prestações, acrescidas de juros e taxas. Nesse formato, o crédito para a compra do veículo é dado por uma instituição financeira, como bancos de varejo, montadoras e startups.
Abaixo, separamos algumas dicas de como solicitar esse tipo de crédito e quais cuidados você deve tomar para evitar o endividamento.
1. Cuidados pré-compra
Analise minuciosamente qual carro deseja comprar e pesquise seu valor de mercado, à vista. Considere dar seu usado na troca, caso tenha.
Essa é uma boa maneira de driblar os aumentos abusivos dos preços dos automóveis novos, já que algumas concessionárias costumam valorizar o carro usado na hora da troca.
Para balizar essa transação, leva-se em conta o valor venal do veículo usado na Tabela Fipe.
2. Tenha paciência
A paciência é a chave para encontrar uma instituição financeira que ofereça o financiamento mais justo, com juros menos excessivos e parcelas realistas.
Nesse sntido, é bom fazer simulações em vários bancos, startups e concessionárias. Afinal, cada qual possui suas próprias taxas de juros, termos para abertura de crédito e concessões contratuais.
É válido ressaltar que se o consumidor estiver com o nome negativado no Serasa, os bancos poderão se negar a liberar taxas de crédito e a compra do carro ficará mais difícil, ao menos por essa modalidade.
3. Atenção às taxas
No ato da compra, as instituições de financiamento quase sempre incluem a Taxa de Abertura de Crédito (TAC), juros remuneratórios, IOF adicional (cobrado uma única vez, com alíquota de 0,38% sob o valor financiado), IOF básico (de 0,0082% ao dia), Seguro de Proteção Financeira (que garante que o proprietário não tenha o carro apreendido caso não possa arcar com as parcelas) e o Gravame, a taxa de registro do financiamento no Detran.
4. Leia o contrato
Não importa se você gosta de ler ou não, aqui é fundamental colocar os óculos e ler as informações de rodapé para não cair em pegadinhas.
É comum que um financiamento ofereça taxas baixíssimas de juros, mas o contrato prevê muitas parcelas e uma taxa de abertura de crédito alta. Ao final, o valor devido será muito maior do que você imaginava.
5. Tempo de financiamento
É preferível pagar o veículo em poucas parcelas – digamos, 12 a 24 vezes, – cujo valor mensal será maior, ou pagar em muitas parcelas – 36 vezes ou mais, – com uma parcela mais baixa, mas duradoura?
Ao fazer o financiamento, o cliente deve saber que quanto mais parcelas, maior será o valor do veículo, dado os juros que se multiplicam com o passar do tempo.
Para efeito de comparação:
Um Fiat Fastback 2023 avaliado em R$ 130.000,00 financiado em 48 vezes, com juros de 1,59% ao mês, custará ao final R$ 186.840,48.
O mesmo veículo financiado em 96 vezes, com juros equivalentes, custará R$ 254.380,80 – um aumento superior a 30%.
Além das parcelas fixas, o motorista deve levar em conta no orçamento os gastos com o próprio carro, como o IPVA, seguro, combustível e manutenção periódica.
6. Fuja da inadimplência
Em caso de não pagamento das parcelas e a recusa em renegociar a dívida, a instituição credora poderá tomar o veículo como forma de garantia, já que o carro fica alienado ao banco durante o processo de financiamento.
Ademais, o devedor será inscrito em órgãos de proteção ao crédito, deixando sua situação financeira ainda mais desafiadora e restrita a longo prazo. Por fim, cabe destacar que o Seguro de Proteção Financeira pode respaldar o cliente que não consegue quitar a dívida somente em alguns casos, como perda do emprego CLT involuntariamente, invalidez permanente ou morte.
Portanto, é muito importante ter disciplina para não ter gastos exorbitantes que comprometam o pagamento da dívida.